Não Ameis o Mundo
Uma pequena síntese da introdução do livro “Não ameis o mundo”, de Watchman Nee.
Todos os cristãos deveriam ler este livro.
O livro é publicado pela Editora dos Clássicos.
Existe um sistema ordenado, “o mundo”, que é governado por detrás das cenas por um governador, Satanás. Quando Jesus (Jo 12:31) declara que a sentença do julgamento deste mundo foi proferida, não está dizendo que o mundo material ou os seus habitantes estão julgados. Para estes, o julgamento ainda está por vir. Em julgamento está aquela instituição, aquela harmoniosa ordem mundial, da qual o próprio Satanás é a origem e líder.
A Bíblia, assim, nos abre o entendimento sobre o mundo ao nosso redor. De fato, a menos que olhemos para os poderes invisíveis por trás das coisas materiais, facilmente seremos enganados.
Política, educação, literatura, ciência, arte, leis, comércio, música – estas são as coisas que constituem o kosmos, e com elas nos defrontamos diariamente, elimine-as, e o mundo, como um sistema coerente, deixará de existir. Estudando a história da humanidade, temos que reconhecer um claro progresso em cada uma dessas áreas. A questão, no entanto, é: Para que direção este “progresso” está caminhando? Qual o objetivo final de todo este desenvolvimento? Ao final, João diz-nos, o Anticristo se erguerá e estabelecerá seu próprio reino neste mundo (I Jo 2:18, 22; 4:3; II Jo 7; Apoc 13). É para esta direção que o mundo avança. Satanás está usando os homens e todas as coisas para formar um reinado. Quando ele estiver chegado ao objetivo final, o sistema do mundo terá alcançado seu apogeu, e será neste momento que cada unidade sua revelar-se-á abertamente como anticristã.
Após a queda, lemos que entre os filhos de Caim havia um forjador de instrumentos cortantes de bronze e ferro (Gen 4:22). Até alguns séculos passados parecia fantasioso ver o espírito do Anticristo em ferramentas de ferro. Mas hoje, nas mãos do homem, os metais são utilizados para fins sinistros e mortais.
O mesmo se aplica à música e às artes. É fácil perceber uma íntima relação entre Satanás e as artes da pintura, da escultura e da música. Ele usa ferozmente a música, dança e as artes visuais para divulgar seus princípios.
Quanto ao comércio, suas conexões são ainda mais suspeitas. Satanás foi o primeiro comerciante, negociando idéias com Eva para seus próprios benefícios, e, na linguagem figurada de Ezequiel 28, que parece revelar algo de seu caráter origina, lemos: “Pela extensão da tua sabedoria no teu comércio aumentastes as tuas riquezas; e eleva-se o teu coração por causa das tuas riquezas”.
Mas, e quanto à educação? Certamente a maioria afirma: é inofensiva. Mas a educação é mais uma das coisas do mundo. Honestamente, como nós, cristãos, temos buscado proteger nossas crianças das mais óbvias armadilhas de Satanás? Temos que prover educação para os nossos filhos, mas como guardá-las do grande sistema do mundo e seus perigos?
E quanto à Ciência? Até que ponto são legítimas as pesquisas e descobertas científicas. Como adquirir conhecimento sem servir ao sistema do mundo?
Já se foi o tempo quando precisávamos sair para ter contato com o mundo. Hoje ele vem ao nosso encontro. Para qualquer lugar que você vá, mesmo entre cristãos, as coisas do mundo dominam as conversas. O mundo tem avançado para as portas da própria igreja, buscando arrastar todos para seu domínio.
Deus está edificando sua Igreja para consumação do reino universal de Jesus. Por outro lado, Satanás está edificando o sistema mundano para seu ápice no reino do Anticristo. Quando nos deparamos com a escolha de caminhos, a questão não é: Isto é bom ou mau? É útil ou nocivo? Não; a pergunta deve ser: “Isto é do mundo ou de Deus?" Uma vez que só há este conflito no universo.
Fugimos das concupiscências pecaminosas – e com razão – mas, quando o que nos vêm são coisas tão aparentemente inofensivas, como o conhecimento, a arte, a educação, prontamente perdemos nosso senso de valor e nos tornamos vítimas de seus engodos.
Será que temos conhecimento de que Satanás é hoje o príncipe da educação, da ciência, da cultura e das artes e que tudo, com ele, está condenado? Será que temos conhecimento de que ele é o verdadeiro mestre de todas estas coisas que, juntas, constituem o sistema do mundo?